Desenvolvimento da Monitorização Sísmica em Portugal

Desenvolvimento da Monitorização Sísmica em Portugal

As primeiras estações sismográficas instaladas em Portugal distribuiram-se pelo Continente e Açores. Assim em 1902 foram instaladas 2 estações nos Açores, uma em Ponta Delgada e outra na Horta, em 1903 foi instalada uma em Coimbra e em 1910 foi instalada a quarta em Lisboa. Para completar a rede e ficar com o mínimo de 3 estações por região foi instalada em 1929 a estação do Porto e em 1932 a estação de Angra do Heroísmo passando assim o país a dispor de 6 estações sismográficas para controle de cada região.

Os sismos de 28 de Fevereiro de 1969 e de 1 de Janeiro de 1980 que se fizeram sentir respectivamente no Continente e Açores, motivaram a instalação de redes mais densas. Foram então colocadas em operação 3 redes analógicas, uma no continente constituida por 9 estações distribuídas de norte a sul, uma na Madeira com uma estação localizada no Funchal e uma terceira nos Açores com 11 estações distribuídas pelas várias ilhas.

Durante as duas décadas em que funcionaram estas redes verificou-se um grande desenvolvimento tecnológico que conduziu às estações digitais, o que levou o Instituto de Meteorologia, consciente do seu papel na vigilância sismológica do Território Nacional, a decidir instalar 2 redes digitais, a primeira no Continente e Madeira constítuida por 14 estações cujos dados são transmitidos via linha telefónica para Lisboa e a segunda com um conjunto de 12 estações cujos dados serão transmitidos via satélite para Ponta Delgada.

Os dados obtidos com estas redes são complementados por dados provenientes de redes locais e regionais das quais se destaca a rede transfrontier, que tem sido fundamental para o estudo da sismicidade do sul do continente bem como da região atlântica adjacente.

Todos os dados obtidos são compilados e arquivados e a partir deles são produzidos boletins sismológicos mensais, anuários e cartas de sismicidade que são distribuídos por diversas instituições científicas nacionais e internacionais. São executados bases de dados históricos e instrumentais e cartas de intensidades máximas.

O Instituto de Meteorologia possui também redes móveis com as quais tem colaborado em vários trabalhos de sismologia experimental:
  • Perfís de refracção sísmica para estudo da estrutura da listosfera em Portugal Continental e Açores.
  • Determinação dos vários parâmetros do movimento do solo em zonas de pedreiras activas.
  • Microzonagens regionais para estudos de risco sísmico.
  • Evolução da sismicidade associada a vulcões activos.
  • Estudos localizados de sismicidade.

Esta divisão colabora em diversas acções de formação, quer interna quer externa, fazendo cursos de actualização para professores do ensino secundário e recebendo alunos de diversos graus de ensino.